domingo, 22 de fevereiro de 2009

Slingando no Viver Bem

Slingando
Os tecidos amarrados no corpo para carregar os bebês não são só prática de asiáticos. O sling (tipóia, em português) ganha novas versões e está cada vez mais popular nas ruas do BrasilPublicado em 22/02/2009 Daniela Neves -
danielan@gazetadopovo.com.br

Você que tem bebê, já “slingou” hoje? Esse verbo, criado pelas usuárias de sling, começa a ser usado cada vez mais no Brasil. Os lenços amarrados no corpo para carregar bebês, comuns na Ásia e África, agora estão mais frequentes por aqui.
A ideia principal do sling é liberar mãos e braços do adulto para outras atividades. Mas os adeptos defendem o uso citando outras vantagens, como o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho e o desenvolvimento de bebês mais relaxados.

Com a mobilidade proporcionada pelo sling, em que leva Miguel, Juliana pode pegar na mão do primogênito, João Vitor. Na página ao lado, detalhe da argola que prende o tecido
A psicóloga Juliana Ravagnani Mazorca, 31 anos, comprou seu sling há dois meses, quando nasceu Miguel. João Vitor, o mais velho, tem 3 anos e ainda exige a atenção da mãe. “Ando muito com os dois e o sling me permite que segure o mais novo e ainda leve a mochila do mais velho, quando vou deixá-lo na escola”, diz. Ela considera o sling mais prático do que o carrinho, que precisa ser retirado do carro e montado a cada parada. “Já deixo o sling no corpo e quando paro o carro só coloco o bebê e estou pronta”, afirma. Ela já experimentou levar João Vitor, de 16 quilos, no lenço e diz que consegue ficar mais tempo com o garoto no sling do que no colo.
Para a psicóloga Luciana Lima, que trabalha com gestantes e defende o uso do sling, a aproximação proporcionada pelo acessório é capaz de estimular o amadurecimento psicológico da criança, principalmente até três anos de idade. “Existem pesquisas mostrando que a criança que fica em contato direto com o corpo da mãe cria autonomia mais cedo. São crianças que, ao começarem a se movimentar, vão mais longe e com uma marcha mais firme”, diz Luciana. Além disso, os estímulos sensoriais, como a vibração do corpo quando a pessoa que o carrega fala, a movimentação do aparelho digestivo e as batidas do coração, ajudam o filho a sentir a afetividade, o que acalma o bebê. “Em tribos primitivas da África, o contato entre mãe e filho com a echarpe é tão intenso que a mãe sabe exatamente quando o filho vai defecar, quando está com fome, entre outras necessidades fisiológicas”, diz Luciana.
Além do sling, que geralmente vêm com argolas, são comercializados mais dois tipos de carregadores no estilo tipóia: a echarpe (ou portage, como chamam os franceses), que é um lenço de tecido e corte especiais e que permite um número maior de posições, e o ponch, que não precisa ser amarrado, apenas colocado pelo pescoço.
Cuidado com o peso
As mães que usam sling relatam que se sentem menos cansadas com o equipamento do que levando a criança no colo e isso é facilmente explicado: quando a mãe segura o filho nos braços, o medo de a criança cair ou de se perder o equilíbrio e não ter as mãos para apoiar faz com que ela tensione três vezes mais o corpo do que o necessário. O sling diminui as chances de a criança cair, pois quase todo o corpo dela está envolto pelo pano. Além disso, faz com que o peso seja melhor distribuído no corpo da pessoa que carrega, exigindo menos da coluna. O ideal é carregar até 24 quilos, mas a mãe precisa estar atenta para a sua própria condição física.
De acordo com a fisioterapeuta Luciane Guimarães Costa, pessoas que por condições físicas não podem carregar muito peso também devem evitar esse equipamento. “Cardíacos, pessoas com sobrepeso ou com problemas na coluna e no joelho devem evitar não só carregar o filho, como qualquer peso”, diz.
Ela afirma que cada caso deve ser avaliado pela mãe juntamente com o médico (que pode ser o próprio obstetra que a atendeu ao nascer). Ela pode chegar a conclusão de que o prazer de carregar o filho compensa pequenos desconfortos. “Mas mesmo pessoas em plena forma física não podem ficar muito tempo com o bebê no colo. Sempre é um sobrepeso”, afirma a fisioterapeuta.
Os equipamentos, principalmente com argolas, devem ser feitos especialmente para a função. O pano tem de ser elástico apenas na diagonal e as argolas feitas de alumínio, nylon ou inox. Inventar um sling caseiro pode causar problemas para a mãe e para o filho por posicionar de forma errada a coluna da criança e forçar a coluna da mãe.


Daqui: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/viverbem/conteudo.phtml?tl=1&id=859906&tit=Slingando

Um comentário:

R o s e l e n e disse...

Carlaaa! Adorei seu comentário, obrigada.... :o))

Que bacana, não sabia que vc fazia slings! Gostei muito do site.

Abraços da colega-de-mãe-de-três... rsss